terça-feira, 30 de agosto de 2011

Infeliz celular novo


Foto retirada da internet

Não compreendo muito bem essa ânsia que certas pessoas têm de trocar seu celular por outro mais moderno, jogando o antigo no lixo a cada seis meses. Mentira: compreendo, sim. São pessoas normais, que lidam com tecnologia desde que largaram as fraldas, não são da época da pedra lascada, como eu.

Só uso celular para receber e fazer ligações, e para receber e enviar torpedos (o que aprendi muito recentemente, diga-se, e até hoje me atrapalho). Não pense que estou me gabando, agora que me declarei publicamente uma hippie que perdeu o rumo da história. Sei que estou reduzindo minhas possibilidades de ser feliz. Eu poderia tirar fotos com o celular, receber e-mails pelo celular, ouvir música pelo celular, desfrutar de passatempos variados pelo celular, mas eu embestei que não preciso de nada disso, a não ser usar o aparelho para telefonar. O que, justiça seja feita, me coloca num patamar de subdesenvolvimento, acima daqueles que nem para telefonar querem um. Conheço um cara que nunca teve um celular, que se nega, bate o pé, rejeita a ideia, e acho que ele deveria reconsiderar, pode precisar dar um telefonema no meio da estrada com o carro quebrado, vá saber. Tento convencê-lo e não tem jeito, chega a ser irritante em sua teimosia. Mais uma prova de que o fruto nunca cai longe do pé, já que o cidadão é meu pai.

Eu não chego a tanto. O celular facilita a minha vida. Não me tem como refém: eu sou a dona dele, não ele de mim. Poucas pessoas possuem o meu número, ele quase não toca. E eu só o utilizo para recados rápidos, assuntos domésticos, pendências profissionais, nenhuma conversa bombástica que mereça ser gravada. Eu até o esqueço em casa de vez em quando. Então para que eu precisaria de um modelo novo? Poderia ter ficado com meu antigo até o fim dos dias, mas dia desses ele respirou com dificuldade, engasgou uma, duas vezes, e morreu. Como tenho pontos acumulados até para comprar a operadora, acabei recebendo um modelo de última geração. E desde então não durmo mais.

A moça que me atendeu disse que eu me acostumaria em questão de horas. Nenhuma dúvida. Vou me acostumar daqui a umas 678.423 horas. Eu implico com a configuração atual do aparelho. Eu estranho os novos ícones. Eu não sei onde ele liga. Nem onde desliga. Eu precisarei digitar nome por nome, e número por número, para formatar minha nova agenda. Eu não tenho mais o meu ringtone clássico, agora o barulho que ele faz ao tocar é diferente, e eu que sempre respeitei as diferenças, virei nazista, xenófoba, misógina, homofóbica e biruta. E ainda nem falei o que me enerva mais: não ter teclas. Agora é tudo na base do toque. Just touch. Repouse o dedo suavemente nos aplicativos, deslize o indicador na tela, assim, com delicadeza, isso... Não precisa apertar, não precisa apertar!

Até a publicação dessa crônica, estarei familiarizada com ele, claro. O exagero é o último recurso dos cronistas sem assunto no verão.

Mas que já estou com saudades do que deixei pra trás em 2009, estou.

(crônica de Martha Medeiros, publicada no jornal Zero Hora/RS em 17/janeiro/2010)

Foto retirada da internet

E para que seja dito....
Esse resíduo é problema seu!!!!!
Repense seus atos e suas atitudes....
Não seja escravo de modinhas ou tendências, seja você mesmo!!!!
Veja o que é realmente necessário ter ou o que é apenas fruto da futilidade....
Reduza seus resíduos, principalmente TODOS!!!!!!!!
Saudações aqui da terra.......

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A felicidade possível


Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar. Só o maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia aceita provar o gosto da verdade, seja ela qual for. O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e trambolhões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para o amadurecimento. A forma de amadurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos). 
      
A pessoa é impelida para a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. É um determinismo biológico: para amadurecer há que viver (sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial. 

A solução de toda situação de impasse só se dá quando uma das partes aceita perder ou aceita renunciar (e perder ou renunciar não é igual, mas é muito parecido; é da mesma natureza). Sem haver quem aceite perder ou renunciar, jamais haverá o encontro com a verdade de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada relação pode estar na impossibilidade, por mais atração que exista. Como pode estar na possibilidade conflitiva, o que é sempre difícil de aceitar. Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas mesmas e só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros encontros do amor, da vida e da morte. Só quem está disposto a perder consegue as vitórias legítimas. 
 
Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não no sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém no lato (renúncia da onipotência e das formas possessivas do viver). Viver é renunciar porque viver é optar e optar é renunciar. Renunciar à onipotência e às hipóteses de felicidade completa, plenitude etc. é tudo o que se aprende na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o sonho e as ilusões pela construção do possível e do necessário, o ser humano muito erra e se embaraça, esbarra, agride, é agredido. 

Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade. 

(por Artur da Távola)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Conquiste sua Felicidade


Alguém quer ser infeliz? Não, não quer.

Mas o que realmente traz felicidade?

A nova onda agora é trabalhar e criar empresas felizes. Empresas que valorizem seus colaboradores, que sejam éticas, social e ecologicamente corretas, que saibam atrair e reter os talentos.

O melhor dos mundos é estar feliz consigo mesmo e com o seu trabalho. Ter encontrado algo que realmente se gosta de fazer e, assim, ser muito mais produtivo. Mas o conceito de felicidade tem sido banalizado. É comparada ao sentimento de prazer, de posse e status. Essas são felicidades que não se mantêm ao longo do tempo.

A revista Superinteressante publicou, em abril de 2005, o resultado de estudos dos mais variados especialistas sobre felicidade e comportamento humano e eu gostaria de destacar abaixo alguns pontos práticos que podem nos ajudar a encontrar e praticar a famosa felicidade, e assim ajudar este mundo a ficar um pouquinho melhor. Vamos a eles.

Prazer. Como é bom comer algo gostoso, fazer amor com quem se ama, comprar aquele sonho de consumo. Uma boa conversa ou simples presentes. O prazer nos traz a sensação de felicidade, só que ele não é pleno e duradouro, mas nem por isso deixa de ser essencial na vida de qualquer pessoa. O prazer é um dos componentes que nos deixam felizes; é a forma mais fácil de buscar felicidade, só que não se sustenta como propósito de vida.

Engajamento. É o grau de comprometimento que temos com nós mesmos. Comprometa-se com sua vida, sonhos, valores e metas. O engajamento nos traz um grau maior de felicidade, pois induz ao auto-respeito e à auto-realização. Nada de deixar a vida te levar, conduzir sua carreira aos trancos e barrancos, movida ao acaso. Nada acontece por acaso. Participe ativamente de sua vida.

Significado. Aí, sim, a felicidade plena. Ser feliz não significa estar todo o tempo alegre e sorridente. Significa descobrir e investir no seu propósito de vida. É perguntar não só o "por quê?", mas também o "para quê?". Quando descobrimos nosso verdadeiro propósito de vida temos uma noção mais clara do que, como e quando fazer. Isso vem com a maturidade e também tem a ver com o aspecto religioso, mas é sempre bom começar, desde cedo, a tentar encontrar um sentido para a sua vida.

Sendo assim, os cientistas concluíram que algumas coisas nos deixam bem mais felizes do que outras. Vejamos, primeiramente, o que eles consideram uma ilusão de felicidade:

Dinheiro - é bom, mas não é tudo. É uma questão polêmica! Cada um tem suas considerações.

Casamento - nada de dedicar toda a sua vida ao ente amado e esquecer todo o resto.

Futuro - só a Deus pertence. Não fique esperando sempre um amanhã melhor. Viva o presente!

Bens materiais - o excesso vira compulsão, doença. Viver para comprar não é vida.

Status - a vida tem altos e baixos e a sua pode não ser em função de um cargo ou título.

Beleza - o que é beleza? Se fosse assim, todo feio seria triste, o que não é verdade. Aliás, o que é feio?

Agora, segundo esses mesmos cientistas, o que realmente nos torna felizes:

Desafios - uma forma de crescer e superar nossos limites.

Exercícios - quem diria, hein! Nosso corpo adora! Trate de correr para a academia.

Altruísmo - ajudar o próximo e praticar o bem. Seja feliz, fazendo os outros felizes.

Importância - ser aceito e útil no meio em que se vive.

Ter companhia - espírito de equipe traz felicidade e nada de tentar fazer tudo sozinho. O ser humano é altamente sociável e precisamos dos outros para viver.

A questão é você conseguir ter, em sua vida, mais momentos felizes do que infelizes, pois ninguém está feliz o tempo todo. A felicidade, na verdade, é conquistada diariamente e não existem fórmulas mágicas. Felicidade não é um fim, mas conseqüência. E uma boa maneira de ser feliz é justamente não ficar procurando a felicidade por todos os cantos.

(Paulo Araújo - palestrante e escritor. Autor de "Desperte seu Talento – dicas essenciais para a sua carreira")

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Dez bons conselhos para cidadãos honestos e prestantes



1- Não seja tutelado – não permita que as pessoas resolvam as coisas por você, por mais que o problema seja chato de enfrentar. Não finja que acredita em nada do que não acredita; não deixe que lhe imponham uma opinião que você está vendo que não pode ser sua.

2- Não seja colonizado – tenha orgulho de sua herança, não seja subserviente com o estrangeiro, não se ache inferior. Coma o que gostar, fale como gostar, vista-se como gostar – seja como seu povo, não seja macaco.

3- Não seja calado – seja calado só por educação, até o ponto que isto não o prejudicar. Se prejudicar, só cale a boca quando deixar de prejudicar. Não seja insolente e não tolere a insolência.

4- Não seja ignorante – não ser ignorante é um dos mais sagrados direitos que você tem e, se você não usa voluntariamente esse direito, merece tudo o que de adverso lhe acontece. Se você sabe fazer bem o seu trabalho e conduzir corretamente sua vida, você não é ignorante. Mas, se recusar todas as oportunidades possíveis para aprender, você é. Se lhe negam o direito a não ser ignorante, você tem o direito de se rebelar contra qualquer autoridade.

5- Não seja submisso –reconheça suas faltas, mas não se humilhe. Não existe razão na natureza que diga que você tem de ser submisso a qualquer pessoa. Toda tentativa de submetê-lo é muitíssimo grave.

6- Não seja indiferente – ser indiferente em relação ao semelhante ou ao que nos rodeia, quer você seja religioso ou não, é um dos maiores pecados que existem, porque é um pecado contra nós mesmos, um suicídio.

7- Não seja amargo – as coisas acontecem, aconteceram, ficam acontecidas. Se você for amargo, essas coisas continuam acontecendo. Construa sempre.

8- Não seja intolerante – alegre-se com a diversidade humana. Procure honestamente entender os outros. Só não seja tolerante com os inimigos conscientes e comprometidos com o seu fim.

9- Não seja medroso – todo mundo tem medo, mas a pessoa não pode ser medrosa. Para viver e fazer, é necessário manter uma coragem constante e acesa. Isto consiste em vencer a própria pequenez e é um dever e uma obrigação para com nós mesmos.

10- Não seja burro – sim, não seja burro. Normalmente, quando você está infeliz, você está sendo burro. Quando você está sendo explorado, você é sempre infeliz.

(Por João Ubaldo Ribeiro)